Mais de três anos depois de deixar o Corinthians o Elias
volta ao estádio do Pacaembu. Com a arquibanca lotada para celebrar os 103 anos
do timão Corinthians, a torcida gritou o nome dos ídolos inclusive o de Elias.
O Flamengo, clube que o repatriou por empréstimo após sair dos planos do
português Sporting.
“Aquilo me marcou muito. Fico até arrepiado de lembrar.
Mostrou que ainda era querido pelo clube por que sempre torci”, conta Elias a
Revista Placar.
Após esse dia, a vida e a carreira deram voltas que, por
fim, resultaram num final feliz: o retorno para casa. Peça chave no elenco
rubro-negro que levantou a Copa do
Brasil e se classificou para a libertadores, acabou deixando o clube em
dezembro à revelia. “Queria ficar. Criei uma identificação com o clube e a
torcida, queria disputar a libertadores”, conta Elias.
Elias assinou seu primeiro contrato profissional com o
Náutico, mas ficou em Pernambuco apenas dois meses. De volta a São Paulo e sem
clube, ele esteve à beira da depressão. “Cheguei a pensar que o sonho de jogar
futebol tinha acabado” diz Elias. Passou por vários clubes como são Bento,
Juventus e Ponte Preta, onde disputou o Campeonato Paulista de 2008. No fim
apenas o Internacional e o Corinthians fizeram ofertas reais. “Não tinha o que
pensar , sempre tive o sonho de jogar pelo Corinthians e não poderia deixar
escapar a oportunidade”. comenta.
Em sua reapresentação ao Corinthians em abril deste ano,
Elias foi questionado se ele teria a cara do Corinthians. “Não só a cara. É a
Cara, corpo, coração, estilo de rua. Sou maloqueiro, mano”, respondeu sem
titubear. “Se você correr, lutar os 90 minutos, vai ser amado por eles”,
referindo a torcida Corintiana.
No primeiro clássico da Arena Corinthians, contra o
Palmeiras, Elias foi decisivo. Deu os passes para os dois gols na vitória por 2
x 0. Mostrou a raça que sempre lhe foi característica e também aquilo que
Rincón lhe ensinou, de ser o elemento surpresa.
A boa fase lhe rendeu um lugar na primeira lista de convocados de Dunga,
no retorno do técnico à seleção brasileira, para a disputa de dois amistosos.
“Quando sai do Corinthians, me falaram que eu não poderia voltar pra cá. Me
disseram que, no futebol, ninguém reescreve sua própria história. Quero provar
que isso é possível, sim”.
Fonte: Placar